A contratação de funcionários é uma das ações mais estratégicas para o crescimento de qualquer empresa, especialmente em startups e negócios em expansão.
Mais do que preencher uma vaga, contratar bem significa garantir aderência cultural, competência técnica e potencial de evolução no longo prazo.
Muitas empresas ainda tratam a contratação como um processo operacional, limitado à triagem de currículos e realização de entrevistas. No entanto, para atrair os melhores talentos e formar um time de alto desempenho, é preciso transformar o recrutamento em uma jornada estruturada, humana e orientada.
O que é contratação de funcionários?
A contratação de funcionários é o processo de atrair, selecionar e integrar profissionais para compor o quadro da empresa. Envolve desde a identificação da necessidade de uma nova posição até a efetivação da admissão, passando por recrutamento, entrevistas, avaliação de perfil e onboarding.
Uma contratação eficiente vai além da burocracia: é orientada por dados, alinhada com a cultura organizacional e centrada na performance. Por exemplo, ao contratar um analista de marketing, não basta buscar alguém com domínio técnico em tráfego pago — é necessário considerar também se essa pessoa compartilha dos mesmos valores da empresa, tem perfil colaborativo e capacidade de adaptação ao ritmo da equipe.
Por que investir em uma contratação eficiente?
Contratar mal custa caro. Segundo a SHRM (Society for Human Resource Management), o custo de uma má contratação pode chegar a 30% do salário anual do colaborador.
Esse impacto financeiro vem acompanhado de prejuízos intangíveis, como queda de produtividade, desmotivação do time, desgaste da liderança e retrabalho do RH.
Vamos imaginar um exemplo prático: uma startup de tecnologia contrata um desenvolvedor sênior com base apenas em suas habilidades técnicas.
No entanto, nos primeiros meses, percebe-se que ele não se adapta ao modelo de trabalho colaborativo, tem dificuldades de comunicação e prefere atuar de forma isolada. Resultado: conflitos com o time, atrasos em entregas e um desligamento precoce, gerando custos adicionais e perda de tempo.
Passo a passo para uma contratação de funcionários eficiente
1. Planejamento da vaga
Antes de abrir a posição, alinhe com as lideranças:
- Objetivo estratégico da contratação
- Atividades e responsabilidades da função
- Competências comportamentais e técnicas desejadas
- Faixa salarial e pacote de benefícios
- Tipo de contrato (CLT, PJ, estágio, etc.)
Dica: crie uma “Job Scorecard” para visualizar o que é esperado do colaborador nos primeiros 3, 6 e 12 meses. Isso ajuda a alinhar expectativas e facilitar a avaliação de performance.
2. Elaboração da descrição da vaga
O job description é o seu primeiro ponto de contato com o candidato — e pode ser decisivo na atração dos talentos certos. Uma boa descrição vai além da lista de tarefas:
- Use uma linguagem acessível e direta
- Explique o propósito da vaga e o impacto no negócio
- Destaque a cultura da empresa e seu diferencial competitivo
- Liste requisitos obrigatórios e diferenciais desejáveis
- Informe detalhes sobre o processo seletivo e prazos
Exemplo:
Estamos buscando uma Pessoa Desenvolvedora Front-End apaixonada por criar experiências digitais incríveis. Se você valoriza colaboração, agilidade e está em busca de um ambiente que estimula a inovação, essa vaga é para você!
3. Escolha dos canais de divulgação
Não adianta ter uma vaga incrível se ela não chega até as pessoas certas. Para isso, é fundamental escolher os canais de divulgação com base no perfil da vaga:
- Plataformas especializadas (Gupy, Kenoby, Recrutei, Revelo, etc.)
- Redes sociais como LinkedIn, Instagram e Twitter
- Comunidades e grupos segmentados no WhatsApp, Discord e Slack
- Programas de indicação interna, com recompensas simbólicas ou financeiras
Exemplo real: uma empresa de design contratou três profissionais via comunidades de UX no Telegram, após personalizar a abordagem e engajar ativamente nesses grupos.
4. Triagem e análise de currículos
Com o volume de candidaturas cada vez maior, é essencial otimizar essa etapa com o uso de um ATS (Applicant Tracking System). Além de organizar o fluxo de seleção, um bom ATS permite aplicar filtros automáticos e personalizar mensagens para os candidatos.
Durante a triagem, observe:
- Aderência ao perfil técnico e comportamental
- Consistência nas experiências anteriores
- Indícios de soft skills (como liderança, resolução de problemas, proatividade)
Lembre-se: currículo é só o ponto de partida. Sempre que possível, complemente com formulários de pré-seleção ou vídeos curtos de apresentação.
5. Entrevistas estruturadas e por competências
Entrevistar bem é uma das etapas mais críticas — e onde muitos erros acontecem. Evite conversas genéricas e invista em um roteiro estruturado, com perguntas baseadas no modelo STAR (Situação, Tarefa, Ação, Resultado).
Perguntas eficazes:
- Me conte sobre um desafio que você enfrentou em equipe e como lidou com ele.
- Como você lida com prazos apertados e múltiplas demandas?
- Qual foi o feedback mais difícil que você recebeu e como reagiu?
Inclua também entrevistas com o time direto e simulações práticas (role play ou teste técnico), sempre explicando o propósito de cada etapa.
6. Checagem de referências
Muitos gestores pulam essa etapa por falta de tempo, mas ela pode evitar surpresas futuras. A checagem de referências deve ser objetiva e respeitosa, com foco em confirmar informações e obter percepções comportamentais.
Exemplo de perguntas:
- Como era o relacionamento dessa pessoa com o time?
- Quais pontos fortes mais se destacavam?
- Em que situações ela demonstrava dificuldade?
7. Proposta e contratação
Ao decidir pela contratação, seja ágil e transparente. Personalize a proposta considerando o perfil do candidato e esteja aberto a escutar suas expectativas.
Itens importantes:
- Carta proposta detalhada
- Explicação do modelo de trabalho (presencial, híbrido ou remoto)
- Informações sobre benefícios flexíveis e cultura de feedback
A experiência nesse momento influencia diretamente a aceitação da proposta.
8. Onboarding estruturado
Um bom onboarding não é só entregar equipamentos e fazer apresentações. É a fase de encantamento, adaptação e engajamento do novo colaborador.
Exemplo de boas práticas:
- Enviar um vídeo de boas-vindas da liderança antes do primeiro dia
- Criar uma agenda com encontros com diferentes áreas da empresa
- Designar um “buddy” para acompanhar nos primeiros 30 dias
Um onboarding bem estruturado pode aumentar a retenção em até 70%, segundo pesquisa da Glassdoor.
Boas práticas para contratar melhor
- Construa uma marca empregadora forte: mantenha presença ativa em canais digitais, compartilhe bastidores da empresa e depoimentos do time
- Aplique people analytics: colete dados sobre os melhores performers e use esses insights na definição de novos perfis
- Capacite os entrevistadores: forneça treinamentos sobre viés inconsciente, diversidade e condução de entrevistas
- Inclua critérios de diversidade e inclusão desde o início: amplie fontes de recrutamento e revise critérios de seleção
- Monitore a experiência do candidato: aplique NPS do processo seletivo e use os aprendizados para ajustes contínuos
Erros comuns na contratação de funcionários
- Abrir vagas sem clareza sobre os objetivos do cargo
- Priorizar somente formações acadêmicas em vez de competências práticas
- Falta de comunicação com candidatos durante o processo
- Etapas mal definidas ou tempo excessivo de resposta
- Onboarding genérico ou inexistente
Perguntas Frequentes
Quais são os primeiros passos para iniciar a contratação de funcionários?
O primeiro passo é alinhar a necessidade da vaga com as lideranças, definindo responsabilidades, perfil ideal e objetivos da contratação.
Quanto tempo deve durar um processo seletivo eficiente?
Em média, de 2 a 4 semanas, dependendo da complexidade da vaga. O ideal é ser rápido sem comprometer a qualidade.
Vale a pena usar software de recrutamento?
Sim! Um ATS facilita triagens, organiza candidatos e reduz o tempo de contratação, além de profissionalizar o processo.
Como medir a eficiência da contratação?
Acompanhe indicadores como tempo de contratação, custo por vaga, NPS do candidato, turnover e performance no período de experiência.