Os incentivos fiscais, mais do que uma simples ferramenta econômica, desempenham um papel crucial na engrenagem social de uma nação. Ao conceder benefícios e isenções tributárias a determinados setores ou atividades, o governo não apenas estimula o crescimento econômico, mas também direciona recursos para áreas que necessitam de maior atenção e investimento.

O intuito por trás da criação de tais isenções é multifacetado: visa promover a justiça social, equilibrar desigualdades regionais e incentivar setores estratégicos para o desenvolvimento sustentável do país. Quando bem aplicadas, essas isenções retornam para a sociedade em forma de empregos, inovação e melhorias na qualidade de vida.

Portanto, a isenção fiscal não é apenas uma questão de finanças, mas uma estratégia consciente para moldar o futuro de uma nação de maneira equitativa e progressiva.

Neste artigo, contamos para você quais são esses incentivos fiscais e como as empresas podem aproveitá-los.

1. O que é incentivo fiscal?

Como já exposto, o incentivo fiscal é uma estratégia governamental para estimular a atividade econômica em determinadas áreas ou setores. Na prática, ela acontece através de reduções ou isenções em certos impostos.

Benefício fiscal e incentivo fiscal são a mesma coisa?

É importante distinguir benefício de incentivo fiscal. Enquanto o incentivo fiscal é voltado à redução ou isenção de tributos, o benefício fiscal engloba um leque mais amplo de vantagens, incluindo financiamentos a juros reduzidos, por exemplo. Entretanto, ambos estão relacionados à eliminação ou redução de tributos.

Para conseguir os benefícios fiscais, as empresas são incentivadas a investir, gerando, assim, desenvolvimento econômico e social.

Benefícios e Incentivos fiscais são a mesma coisa?
Benefício e Incentivo fiscal é a mesma coisa?

2. Como funciona um incentivo fiscal?

A mecânica é simples: em troca de investimentos ou ações que contribuam para o desenvolvimento econômico, o governo oferece reduções no imposto de renda e outros tributos para pessoas jurídicas. Dessa maneira, a carga tributária se torna menos onerosa, o que, por fim, beneficia a saúde financeira das empresas.

3. Quem pode usar os incentivos fiscais?

Em princípio, qualquer empresa que se enquadre nas categorias de lucro real e que atue em setores ou regiões beneficiadas pelos programas de incentivos pode solicitar esses benefícios. No entanto, é fundamental estar atento às regras específicas de cada tipo de incentivo fiscal.

4. Incentivos fiscais mais comuns

Existem diversos tipos de incentivo fiscal, desde abatimentos no imposto de renda até isenções em impostos sobre a circulação de mercadorias. Entre os mais recorrentes, destacamos:

  • ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços): Os incentivos fiscais regionais, especialmente os estaduais, frequentemente envolvem o ICMS. Cada estado pode oferecer condições especiais, a fim de atrair negócios e impulsionar a economia local.
  • IPTU e ISS: No âmbito municipal, temos reduções ou isenções no IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) e no ISS (Imposto sobre Serviços), que variam conforme a cidade e a atividade econômica da empresa.
  • Além disso, outros impostos que podem ser destacados são o Imposto de Renda (IR) e o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)

Ao passo que esses incentivos são aplicados, as empresas têm a oportunidade de reinvestir os recursos economizados, promovendo, assim, o desenvolvimento econômico e a geração de empregos.

5. Incentivos fiscais federais

No âmbito federal, uma série de programas foi desenvolvida para promover setores estratégicos. Por exemplo, a Lei 11.438/2006, também conhecida como Lei de Incentivo ao Esporte (que foi prorrogada até 2027 graças ao PL 940/2022), permite que empresas patrocinadoras invistam parte do que pagariam de imposto de renda em projetos esportivos.

Lei de Incentivo ao Esporte é prorrogada até 2027

” Já no caso das empresas, eleva de 1% para 2% o limite dedutível a título de doação ou patrocínio para projetos esportivos e paradesportivos. Também insere projetos de inclusão social por meio do esporte no limite coletivo de 4%, hoje compartilhado somente entre projetos culturais e investimentos em obras audiovisuais.”
Fonte: Agência Senado

A mesma lógica se aplica à Lei Rouanet, uma das mais conhecidas leis de incentivo ligada à cultura.

6. Como solicitar para o seu negócio?

A empresa interessada em obter o incentivo fiscal deve, primeiramente, identificar qual programa de incentivos é mais adequado à sua atividade econômica e, para solicitar os incentivos fiscais, as empresas precisam apresentar uma série de documentos.

Em princípio, são exigidos: o contrato social atualizado, alguns comprovantes de regularidade fiscal (como, por exemplo a certidão negativa de débitos), balanços e demonstrativos financeiros, além de projetos ou planos de investimento que se alinham ao incentivo desejado. Contudo, é essencial consultar a legislação específica de cada incentivo, visto que será solicitada de acordo com a lei que regulariza, a fim de que o benefício seja concedido.

Por isso, contar com uma assessoria contábil é fundamental, já que é ela que pode te fornecer esses documentos e informações com mais precisão e agilidade.

Exemplos de lei de incentivo fiscal

Existem várias leis de incentivo fiscal no Brasil. Como comentamos, algumas das mais conhecidas são a Lei Rouanet, voltada para a cultura, e a Lei do Bem, que incentiva a inovação tecnológica. Além disso, já falamos da Lei de Incentivo ao Esporte e ainda há a Lei de Incentivo à Atividade Audiovisual. Cada uma delas foi criada com o propósito de fomentar setores específicos da economia, garantindo que empresas invistam em áreas estratégicas para o país.

Lei Rouanet

A Lei nº 8.313/91, mais conhecida como Lei Rouanet, é um dos principais mecanismos de fomento à cultura no Brasil. Ela permite que empresas e pessoas físicas destinem uma parte do que pagariam de Imposto de Renda para projetos culturais.

Através dela, diversos projetos nas áreas de música, teatro, literatura, artes visuais e muitas outras conseguem financiamento para se concretizar, promovendo assim a diversidade e riqueza cultural brasileira. Além disso, as empresas que apoiam projetos via Lei Rouanet fortalecem sua imagem ao associá-la ao incentivo cultural.

Lei do Bem

A Lei nº 11.196/05, popularmente chamada de “Lei do Bem”, foi criada com o intuito de incentivar a inovação tecnológica nas empresas brasileiras. Ela oferece uma série de benefícios fiscais às empresas que investem em pesquisa e desenvolvimento, permitindo deduções no Imposto de Renda e na Contribuição Social sobre o Lucro Líquido. A ideia central é fomentar a competitividade e a capacidade inovadora das empresas no mercado nacional e internacional, contribuindo para o avanço tecnológico e o desenvolvimento sustentável do país.

Lei de Incentivo à Atividade Audiovisual

A Lei nº 8.685/93, conhecida como Lei de Incentivo à Atividade Audiovisual, foi estabelecida para promover e desenvolver a indústria cinematográfica brasileira. Ela permite que empresas e pessoas físicas invistam parte do Imposto de Renda devido em projetos de produção e distribuição cinematográfica e audiovisual.

Através desta lei, muitos filmes, séries e documentários nacionais conseguiram financiamento, fortalecendo a produção audiovisual brasileira e promovendo a cultura e a identidade nacional no cenário global.

Como usar os incentivos fiscais para melhorar a imagem do meu negócio?

Os incentivos fiscais, além de proporcionarem alívio tributário, podem ser ferramentas valiosas para melhorar a imagem corporativa. Ao investir em áreas como cultura, esporte e inovação, a empresa demonstra responsabilidade social e comprometimento com o desenvolvimento do país.

Dessa forma, é possível ganhar reconhecimento público, fortalecer a marca e, ao mesmo tempo, estabelecer relações mais sólidas com clientes e parceiros.

Conclusão

Conforme abordado, os incentivos fiscais são ferramentas poderosas para empresas que buscam alavancar seus negócios, investir em desenvolvimento e, ao mesmo tempo, obter vantagens tributárias. Acima de tudo, é essencial estar atualizado sobre as leis e regulamentações, maximizando assim as oportunidades. E, nesse sentido, contar com uma assessoria contábil especializada é um diferencial inegável.


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