A evasão fiscal ainda é um dos maiores desafios enfrentados pela Receita Federal. Mesmo com leis claras e tecnologia de ponta para cruzamento de dados, muitos contribuintes – inclusive sem saber – acabam praticando irregularidades que configuram crime tributário.
Neste artigo, você vai entender o que é evasão fiscal, como ela acontece, quais os tipos mais comuns, e qual a diferença entre evasão, elisão e elusão. Também explicaremos os riscos, as penalidades previstas em lei e como evitar problemas com o Fisco de forma segura e legal.
O que é evasão fiscal?
Evasão fiscal é o ato de sonegar tributos de forma intencional. Ou seja, o contribuinte omite ou manipula informações com o objetivo de pagar menos impostos – o que é ilegal.
Esse comportamento compromete a arrecadação pública e constitui crime contra a ordem tributária, conforme definido pelas Leis nº 4.729/65 e nº 8.137/90. As práticas mais comuns envolvem não emitir nota fiscal, declarar valores menores do que os reais ou falsificar documentos.
Exemplo prático: quando a sonegação acontece “sem querer”
Imagine um empreendedor que não emite nota fiscal para uma venda por considerar o valor “baixo demais”. Embora pareça inofensivo, essa prática é evasão fiscal. Mesmo erros cometidos por desconhecimento da lei não isentam o contribuinte da penalidade.
Segundo a Contábeis, esse tipo de situação tem se tornado mais comum com pequenos negócios e MEIs, que, por falta de orientação contábil, sonegam sem perceber. A falta de controle nas emissões ou a não inclusão de serviços na apuração de impostos pode ser considerada fraude, mesmo sem dolo.
Como ocorre a evasão fiscal?
A evasão pode ocorrer de diversas formas, com ou sem intenção. Entre os exemplos mais frequentes:
- Omissão de receitas (não declarar vendas ou rendimentos);
- Declaração de despesas fictícias para reduzir o lucro tributável;
- Emissão de nota fiscal com valor inferior ao real;
- Manutenção de duas contabilidades (uma oficial e outra paralela);
- Uso de laranjas ou empresas fantasmas para ocultar patrimônio;
- Remessas para paraísos fiscais não declaradas.
A Receita Federal cruza dados de movimentações bancárias, notas fiscais, Declaração de Imposto de Renda e obrigações acessórias como SPED, eSocial e EFD-Reinf para identificar inconsistências.
Quais são os tipos de evasão fiscal?
A evasão fiscal pode ser classificada de acordo com a gravidade da conduta e o impacto legal. Veja os principais tipos:
Evasão fiscal tributária
É o caso mais comum: omitir rendimentos ou receitas, fraudar notas fiscais ou alterar dados em declarações para reduzir o valor dos tributos.
Exemplo: um prestador de serviços declara apenas parte do que recebe, pagando menos impostos.
Evasão fiscal tributária penal
Envolve a prática de crimes como falsificação de documentos fiscais. Nesse caso, além da infração tributária, há repercussão criminal.
Exemplo: manipular intencionalmente os dados da nota fiscal eletrônica emitida.
Evasão fiscal penal
É quando a evasão está atrelada a outros crimes, como lavagem de dinheiro ou corrupção. A Receita Federal atua em parceria com o Ministério Público para investigar esses casos.
Qual a diferença entre evasão, elisão e elusão fiscal?
Esses três termos geram bastante confusão, mas têm significados diferentes:
Termo | Legalidade | O que significa |
---|---|---|
Evasão fiscal | Ilegal | Esconder, omitir ou fraudar para pagar menos tributo |
Elusão fiscal | Questionável | Usar brechas legais para evitar o tributo antes do fato gerador |
Elisão fiscal | Legal | Planejamento tributário dentro da lei |
A evasão é crime e gera penalidades. Já a elisão e a elusão são formas de planejamento fiscal, mas a elusão pode ser contestada pela Receita em caso de abuso.
Quais as consequências da evasão fiscal?
As penalidades variam de acordo com a gravidade da infração, mas sempre incluem impactos financeiros e legais:
- Multas pesadas: até 225% sobre o valor do tributo, acrescidas de juros e mora;
- Exclusão do Simples Nacional: para empresas enquadradas, a exclusão resulta em aumento significativo da carga tributária;
- Processo criminal: a pena de reclusão pode chegar a 5 anos;
- Bloqueio de bens: em casos graves, pode haver penhora de contas e bens pessoais.
O que diz a lei sobre evasão fiscal?
A evasão é enquadrada como crime na Lei nº 4.729/1965, que tipificou as condutas mais graves. Já a Lei nº 8.137/1990 atualizou e ampliou os dispositivos, tornando o combate mais eficaz.
Exemplos de condutas ilegais segundo essas leis:
- Prestar declaração falsa ao Fisco;
- Falsificar ou alterar documentos fiscais;
- Fraudar a fiscalização com dados inexatos;
- Negar emissão de nota fiscal quando obrigatória.
Como o governo combate a evasão fiscal?
Nos últimos anos, o Fisco tem investido fortemente em inteligência artificial e análise de dados. As obrigações acessórias digitais como o SPED, eSocial, DCTFWeb e EFD-Reinf permitem cruzamentos automáticos.
Além disso:
- Informações bancárias (via e-Financeira) são analisadas em tempo real;
- Notas fiscais eletrônicas são integradas aos sistemas da Receita;
- Transações imobiliárias e financeiras são monitoradas via DOI e DIMOB;
- Empresas que não emitem ou subfaturam notas são facilmente identificadas.
Evasão fiscal sem saber: é possível?
Sim. Como mostrou a reportagem da Contábeis (ID 71832), muitos empresários, especialmente pequenos, cometem sonegação por desconhecimento da legislação. Por exemplo:
- Emitir nota abaixo do valor real do serviço;
- Usar CNPJ MEI para atividades não permitidas;
- Omitir comissões de venda ou bônus no pró-labore;
- Declarar despesas pessoais como empresariais.
Mesmo que sem má-fé, essas práticas podem gerar autuações. A recomendação é ter acompanhamento contábil constante.
Como evitar a evasão fiscal?
A melhor forma de evitar riscos é manter uma contabilidade organizada e atualizada. Veja algumas medidas essenciais:
- Contrate uma contabilidade especializada (online ou tradicional);
- Emita todas as notas fiscais corretamente;
- Separe despesas pessoais e empresariais;
- Adote sistemas integrados de gestão e emissão;
- Revise suas declarações antes do envio;
- Mantenha registros e arquivos fiscais atualizados.
Além disso, fazer um planejamento tributário anual pode gerar economia legal sem recorrer a manobras arriscadas.
A importância do planejamento tributário
Um bom planejamento tributário permite reduzir legalmente a carga de impostos. Isso é feito por meio da escolha do regime mais adequado (Simples, Lucro Presumido ou Lucro Real), controle de despesas dedutíveis e uso de incentivos fiscais.
Empresas que investem em contabilidade estratégica conseguem crescer com segurança, sem medo de autuações.
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